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- O racismo e o preconceito, estruturado e institucionalizado
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Seguimos reafirmando nossa luta contra o racismo estrutural que alimenta as desigualdades, provocando rupturas na nossa existência; essa lacuna se perpetuou por muitos anos e nas últimas décadas estamos reconstruindo novas jornadas a partir de narrativas coletivas e individuais.
Todos os dias, nos deparamos com cenas explicitas de racismo. Eu me pergunto, até quando? Em quais gerações estamos afinal? Meus antepassados vindos da África, foram seqüestrados, torturados e exterminados.
Se não tivessem nos tirado as identidades saberíamos exatamente a que região e qual reino pertenceram nossos ancestrais, quem sou eu hoje? Somos descendentes de reinos poderosos, possivelmente uma princesa na linha de sucessão dos meus mais velhos, esta talvez seja a mais plausível razão para tantas tentativas de nos silenciar.
Luciana Souza é Fundadora e Coordenadora do Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento da População Negra do Sul do Estado - ES
O que aconteceu com a jovem influencer Carol Inácio, de Colatina, se repete no Brasil há mais de quatrocentos anos. Em 2014 eu e a Carol, participamos da Marcha das Mulheres Negras em Brasília, ela sempre foi muito potente em suas narrativas, inteligente e aguerrida, é inspiração para muitas adolescentes, orgulho para sua mãe e para todas as mulheres negras que se vêem representadas em suas curvas e na melanina, sorriso lindo, estilosa e com muito conteúdo.
É preciso estar muito alicerçado com a sua própria identidade para superar todas estas dores que nos atravessam por conta do preconceito de pessoas mal resolvidas, extrair força e resistência para enfrentar e lutar de maneira articulada. E contra a naturalização de tantas injustiças, seguiremos estimulando os encontros de fortalecimento, empoderamento, auto cuidado, autonomia e sustentabilidade.
As incidências políticas são estratégias que nos conectam horizontalmente com trajetórias de lideranças que são as bases em suas comunidades, este lugar de fala que visa promover o bem viver, a preservação e salvaguarda do patrimônio cultural, memórias e protagonismo negro, porque seremos nós a contar nossa própria história agora e no futuro.
Posso afirmar que eu sei do que lugar que falo, pois como mulher negra, nordestina , gorda, bissexual, ativista, produtora cultural, fundadora e coordenadora do Coletivo Fepnes no Sul do Estado, vivencio diariamente situações de racismo, assédio, gordofobia, xenofobia, machismo entre outros, porém não iremos retroceder e convocamos a todos, reverberando o Robin Diangelo:
“Não basta não ser racista, sejamos antirracista”.
Por Luciana Souza (Baiana)
*Ativista Social, Fundadora e Coordenadora do Coletivo de Fortalecimento e Empoderamento da População Negra do Sul do Estado-ES, Estudante de Licenciatura em Letras Português (IFES), Serviço Social (UNIP) Gestão Em Projetos Culturais (Escola CICLO/ES), com formação técnica em Condução Ambiental (IFES), Agente de Direitos Humanos (CDDH/SERRA-ES) e Educação em Relações Étnico Raciais (UFES).