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Ferraço foi eleito prefeito da cidade de Cachoeiro, mas a obra ficará na cidade vizinha de Itapemirim.
O imbróglio sobre esse projeto começou em 2014. Na época, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Estratégico de Itapemirim informou que o empreendimento de mais de R$ 450 milhões de investimentos estaria funcionando em 2016. Quase dez anos depois, o porto ainda não saiu do papel.
Segundo consta na lista de portos do governo do estado, o Itaoca Offshore é o projeto de um porto privado para dar suporte a empresas do mercado nacional, principalmente do setor de petróleo e gás.
Em 2014, o negócio foi divulgado como uma obra que permitiria ainda a instalação de empresas fornecedoras de serviços e insumos na área portuária.
Ferraço contou que se reuniu com representantes do empreendimento do porto Itaoca Offshore nos últimos dias e que toda a documentação necessária já tinha sido apresentada.
"E quem sabe, o futuro Porto ali de Itaoca, que eu ainda não anunciei, mas anteontem mesmo (sábado), o proprietário, o pessoal se reuniu lá na minha casa e declarou que já é assunto liquidado. Vai ter um investimento inicial de US$ 1 bilhão de um fundo extraordinário. Eu estou acreditando porque ele me mostrou depósito, falta só a liberação. Eu vi a liberação do recurso, tive na minha mão, o pagamento sai ainda esse mês. Eu queria anunciar antes das eleições, mas estou anunciando previamente porque eu acredito que o seu Maurício, o homem que está levando o porto para lá, me assegurou que não há mais nenhum problema, era só os documentos que faltavam para ser apresentados", pontuou Ferraço.
Questionado sobre uma previsão para início das obras, Ferraço afirmou que: "Não pode passar desse mês para o mês que vem".
O g1 entrou em contato com o nome mencionado pelo prefeito, Maurício Santos, que disse que não representa o Itaoca Offshore e que é apenas um mediador entre as empresas interessadas na construção do porto. A reportagem não conseguiu contato com nenhum representante oficial do Itaoca Offshore.
Ainda durante a entrevista, Ferraço comentou como o porto - que deve ser construído numa cidade onde ele não governará - ajudaria também na economia na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, onde ele foi eleito prefeito a partir de 2025.
"O Porto de Itaoca, Itapemirim, tem uma história com Cachoeiro porque Cachoeiro vai ter o aeroporto que o governo do estado já está fazendo. Vamos aumentar 400 metros da pista do aeroporto para carga. É um projeto muito grande. E eu prometo que logo que estiver concluído eu vou dar em primeira mão, trazendo aqui o comandante do Fundo Internacional do Leste Europeu para mostrar o que significa isso para Cachoeiro", continuou o prefeito.
Órgãos envolvidos
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informou que o Porto de Itaoca possui Licença Ambiental de Instalação válida e que o órgão vai fiscalizar o local assim que as obras forem iniciadas.
Destacou também que tanto a Licença Prévia quanto a Licença de Instalação foram emitidas dentro dos prazos regulamentares e reforçou que os motivos pelos quais as obras ainda não foram iniciadas não estão relacionados a questões de licenciamento.
O Secretário de Desenvolvimento de Itapemirim, Wagner Mendonça, disse que a prefeitura ainda não foi comunicada sobre o assunto e que, para as obras começassem, ainda seria necessário o envio de documentação atualizada, o que não foi feito.
A Secretaria de Obras da cidade também não recebeu nenhuma documentação ou informação a respeito do início de obras no Porto de Itaoca.
A Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Sando (Sedes), por sua vez, informou que o projeto não passou pela secretaria.
O prefeito eleito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço, não se manifestou mais sobre o assunto após a entrevista.
Sobre o porto
O empreendimento foi anunciado como base para o fornecimento de serviços e apoio logístico para o mercado petrolífero do Sudeste, particularmente para as bacias de Campos e do Espírito Santo. A empresa também buscava certificação ambiental para ser o primeiro "porto verde" do país.
O Porto de Itaoca tinha previsão para começar ser instalado em outubro de 2014 e a previsão era de que o investimento de mais de R$ 450 milhões estivesse em funcionamento em 2016.
Na época, a expectativa era de que fossem gerados mais de mil empregos.
Em novembro de 2014, a Justiça chegou a suspender algumas licenças ambientais concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) para a construção de dois portos offshore em Itapemirim.
A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público estadual (MPES), que afirmou que a prefeitura não realizou audiências públicas e estudo de impacto ambiental da área.
Já em 2024, o Ministério Público disse que apura qual é a situação atual do porto.
Com informações G1/ES