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- Defensores dos direitos humanos recebem medalha na Ales
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Camila Valadão lembrou que, no próximo dia 10, celebra-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Nessa data, em 1948, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. A deputada enfatizou o momento político pelo qual passa o país que, segunda ela, é de resgate da palavra “direitos humanos” e de seu significado “verdadeiro, universal, indivisível, interdependente”, o de proteger os direitos humanos e os seus defensores.
“Para além de valorizar as vidas em luta, o espaço de hoje é também para demarcar, no calendário da Assembleia, que existem aqueles e aquelas que defendem, de maneira intransigente, os direitos humanos. Falar dos direitos humanos após os últimos quatro anos é um desafio enorme. A palavra ‘direitos humanos’ foi criminalizada, perseguida, e tentaram esvaziar todo o sentido urgente, político e importante que essa palavra traz", afirmou a deputada.
Falando em nome dos homenageados, o designer gráfico Carlos Eduardo Medeiros de Melo, o Kadu, destacou a importância fundamental dos defensores dos direitos humanos na luta por justiça, igualdade e dignidade. "A presença dessas pessoas é crucial para que as vozes sejam ouvidas, os abusos sejam expostos e os direitos fundamentais sejam protegidos. Essas pessoas desafiam as injustiças, defendem as pessoas em vulnerabilidade social e promovem mudanças significativas na sociedade", pontuou Kadu.
Fizeram uso da palavra também o defensor público do Núcleo Especializado de Direitos Humanos e Cidadania da Defensoria Pública do Espírito Santo, Hugo Fernandes Matias; a coordenadora-geral do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra, Sheila Carina de Sousa; o advogado da Comissão de Direitos Humanos da OAB-ES, Pedro Teixeira; e o vereador André Moreira (Psol), de Vitória.
Apresentação
Durante a solenidade, o Coral Serenata D’Favela, do Morro do Padre, em Vitória, fez uma apresentação musical de vozes e instrumentos de cordas. O trabalho, composto por 319 meninos e meninas, é coordenado pela maestra Luciene Pratti Chagas.
Medalha Ewerton Montenegro
Criada em 2003, pela Resolução 2.075, a Medalha Ewerton Montenegro é destinada às pessoas e organizações que se destacam na promoção, proteção e defesa dos direitos humanos.
Ewerton Montenegro Guimarães, falecido em 2002, vítima de câncer, aos 53 anos, foi jornalista e advogado. Preso político durante a ditadura militar, foi membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória e conselheiro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES).
Em sua militância ajudou a formação do Fórum Reage Espírito Santo, em 2001, liderado pela OAB, para combater o crime organizado no estado. Como advogado, atuou no processo contra a Scuderie Detetive Le Cocq, extinta pela Justiça em 2004. É autor do livro “A chancela do crime – A verdadeira história do esquadrão da morte”, lançado em 1978.
Saiba quem são os homenageados
#Gessi Cassiano - Faz parte da comunidade Quilombola Linharinho, onde vive há mais de 60 anos, desenvolvendo trabalhos de agricultura familiar e agroecológica e na área cultural e tradicional quilombola. Atua com todas as faixas etárias de idade nos quilombos do Sapê do Norte, é mestre do grupo de Jongo Santa Bárbara e zeladora do ponto de memória Jongo de Santa Bárbara.
#Carlos Eduardo Medeiros de Melo - Mais conhecido como Kadu, é uma pessoa preta, não binária transmasculina, gorda e designer gráfico. Participa da coordenação colegiada do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades do núcleo do Espírito Santo. Integra o Conselho Estadual LGBT do Espírito Santo e o Fórum Estadual LGBT.
#Lauro da Cunha Narciso - Militante da área ambiental, atua com educação ambiental em unidades de conservação há mais de 20 anos e já trabalhou em mais de 30 Áreas Naturais Protegidas. Nas suas publicações de cunho didático-ambiental, destaca-se a “Série Preservando o Nosso Quintal”. Sua preocupação com valorização das pessoas, seus modos de vida e comunidades revelam-se nas publicações “Guardiões da Cacheira da Fumaça” e “Povoação do Rio Doce: recordações do povo da foz”.
#Vinícius Cássio Corrêa de Sousa - Secretário do Movimento Negro Castelense, ativista do Movimento de Policiais Antifascismo e membro da Revolução Brasileira. Atuou nas Procuradorias Municipais de Belo Horizonte, onde nasceu, e Vitória, na Secretaria de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano de Cariacica, na Comissão de Elaboração do Plano Municipal de Direitos Humanos de Cachoeiro de Itapemirim, foi soldado e atualmente é oficial da Polícia Militar do Espírito Santo, comandante da 3ª Companhia do 9º Batalhão, em Castelo.
#Adriana de Jesus Paranhos - Conhecida como Baiana, é atualmente a coordenadora do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e é militante do Psol. Indígena, negra, mãe, avó, reside no Espírito Santo desde 1993. Teve uma vida marcada pelo processo migratório, é liderança da Vila Esperança, em Vila Velha e já fez parte de outras ocupações no Estado.
#Valmir Rodrigues Dantas - Técnico de Desenvolvimento Comunitário do Ateliê de Ideias. Morador da comunidade São Benedito e líder do Fórum de Moradores Bem Maior. Participou da coordenação do Planejamento Estratégico Comunitário, Plano Bem Maior. Atua no Comitê Gestor do Banco Bem - Banco Comunitário de Desenvolvimento e no Conselho Local de Saúde de Consolação, Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. Recebeu o Prêmio Betinho Atitude Cidadã, da Região Sudeste, em 2011.
#Marcela dos Santos Rocha - Kunhãtãm da etnia Tupiniquim, vive na aldeia Irajá, é filha de vice Cacique, casada, mãe de três filhos. Segunda mulher da comunidade atuando como cacique.
#Maria José da Cruz dos Santos - Sua trajetória na defesa dos direitos humanos começou em comunidade eclesial de base da Igreja Católica. Foi coordenadora da Pastoral da Criança. Atualmente compõe a Frente Paz e Pão, da Arquediocese de Vitória, atua na Paróquia Santa Tereza de Calcutá e é coordenadora das Pastorais Sociais.
#Ana Lucia da Rocha Conceicão - Atua na luta feminista, antirracista e por uma educação pública; no Movimento de Mulheres em Cariacica; na Associação de Mulheres Unidas de Cariacica Buscando Libertação; no Fórum de Mulheres do Espírito Santo; na Articulação de Mulheres Brasileira e no Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Espírito Santo. É sócia-fundadora da Associação de Mulheres Negras (OBORI DUDU), atua no Núcleo Impulsor da Marcha das Mulheres Negras do Espirito Santo. É ex-presidente Instituto ELIMU e filiada ao Psol. Integrante do Terreiro de Umbanda Casa de Oxossi em Cariacica.
#Gesse Santos Paixão - Dedica-se à luta negra. Compõe canções, poesias cantadas e faladas, além de ser multi-instrumentista. Professor estadual, licenciado em Filosofia pela Ufes, é propositor da disciplina eletiva “Lado Negro da Força: Educação para as Relações Étnico-Raciais e Música”, desde 2019. Dedica-se à pesquisa da música afro-brasileira e ao estudo dos sons e suas funções e é licenciando na Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames). Desenvolve o OGÓ duo, projeto de música instrumental e poesia abordando a temática masculinidades negras desde 2019.
Com informações Web Ales